segunda-feira, 21 de março de 2011

O que seria?

O que seria da luz, sem as trevas?
O que seria da paz, sem a guerra?
O que seria do juízo, sem a loucura?
O que seria dos gregos, sem os troianos?

O que seria?

O que seria do bem, sem o mal?
O que seria do amor, sem o ódio?
O que seria da sanidade, sem a enfermidade?
O que seria dos santos, sem os pecadores?

O que seria?

Oh, seria um fim!
E um começo…

Seria, o paraíso!
Então, não é isso o paraíso?

Santos sem pecadores
Amor sem ódio
Bem sem mal
Sanidade sem enfermidade
Gregos sem troianos
Juízo sem loucura
Paz sem guerra
Luz sem trevas

Não é isso o paraíso?

O quase utópico, paraíso
O tão esperado, paraíso
O prometido, paraíso.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Já sei, vou de autocarro!


Subindo a movimentada Avenida Rei Katyavala, num dia-de-semana quente, um dos chamados “dias úteis”, que para mim deveria ser “inútil”, pois estava quente demais e o sol nem sequer tinha atingido ainda o seu “pico”. Ia eu passando por um famoso supermercado daquela rua quando lembrei-me da majestosa sandes que lá vendiam, feita de pão Croissant com doses generosas de queijo, fiambre e chourição para os sortudos, com uma camada de uma deliciosa manteiga branca, me imaginei degustando aquela sandes acompanhada de um refrigerante bem fresquinho, quando me lembrei de um factor muito importante: custa dinheiro!

Foi quando comecei a analisar as finanças que trazia comigo, o dinheiro até cheagava para as “comprinhas”, mas ficaria sem nada e eu ainda precisava ir de taxi até aos lados do Aeroporto, para ver as listas para os testes na Faculdade de Engenharia. Tentando maquinar uma solução para o “caso sandes” cheguei a seguinte conclusão: Já sei, vou de autocarro! Assim gastaria apenas 30% do que gastaria em taxi e com o dinheiro economizado poderia cobrir a quantia em falta para as minhas “comprinhas”.

Fazia tempo que não andava de autocarro, seria um desafio e tanto, em alguns minutos estava eu na paragem, o calor se intesificava e eu alí em pé esperando o “bus”. Quando finalmente apareceu, estava lotado, mas fazer o quê, já tinha até feito as “comprinhas”, avancei.

O ambiente no interior do autocarro era meio parado, porém muito tenso, rostos cansados, poucas palavras, talvez fosse efeito do calor intenso. Havia muita gente, e claro fiquei em pé porque assento no autocarro só se for idoso, mulher grávida ou com filho ao colo. Assim seguimos viagem, ao som de um programa radiofónico que falava sobre “as mulheres e seus direitos”, dava para ver pelos rostos calados que os pensamentos estavam todos rodando em volta do curioso tema do programa.

Uma senhora que estava sentada perto de mim levantou-se e desceu na sua paragem, dando lugar a uma mulher com o filhinho ao colo, fiquei olhando e reparei na ingenuidade, na inocência daquela criança que viajava despreocupada, sem se importar com o nível social de quem viaja ao seu lado, sem se queixar do mau cheiro, sem fazer cara feia pelo simples facto de ser tocada por alguém, enfim, sem “frescuras” e “não-me-toques”. E me porguntei porquê que muitos adultos não são capazes de ser como aquela criança?

Uma vez Jesus Cristo disse que deviamos “ser como crianças”, neste epísódio percebo que a questão não era “ser criança”, mas sim “ser como criança”, agir como a criança agiu, mas não por ingenuidade ou inocência, mas sim por amor. Só o amor nos levaria a viajar num autocarro abarrotado com o ânimo leve daquela criança. Ai esse amor! Esse amor que Jesus tanto nos aconselhou a cultivar, esse amor que supera todas as leis, esse amor que Deus sempre teve pelo homem e por meio do qual Ele cometeu tantas “loucuras de amor”, esse amor que tudo suporta, tudo perdoa, esse amor que tanto desprezamos.

Nós, humanos, criaturas feitas para amar, para viver em comunhão, hoje temos a coragem de pagar para nos isolarmos, pagar para viajar sozinho no táxi, pagar para viver em condomínios fechados, pagar para não partilhar!

Tudo isso por falta de amor uns pelos outros, tudo isso por falta de amor à Deus. Mas, eu procuro viver paralelo a tudo isso, acreditando no amor, exercendo o amor, vivendo no amor. Esse tem sido meu desafio diário “viver em amor” e não me envergonho disso, não me envergonho por ser manso, não me envergonho por ser humilde. Hoje em dia diz-se que “o mundo é dos vivos”, pois que seja, o meu mundo não é “isso”.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Quem não lê, não sabe nada

O tema desse artigo, “quem não lê, não sabe nada”, na verdade é um ditado que a minha irmã tivera citado a algum tempo atrás, numa daquelas conversas alegres que se desenrolam quando estamos todos nós sentados nos sofás assistindo televisão, onde todos riem e falam alto e que acontecem normalmente nas tardes de sábado. Foi dito em tom de brincadeira, mas é um assunto bastante sério, como veremos mais adiante.

Indo para o tema, a palavra “ler” significa interpretar ou entender o significado do que está escrito, mas o que é então a escrita? É a representação do pensamento e da palavra por meio de sinais convencionais. Uma vez, quando estava eu na aula de língua portuguesa o meu professor ao falar sobre fonemas (unidade menor do sistema fonológico de uma língua) e grafemas (cada uma das unidades da palavra escrita), explicou o porquê da criação da escrita, disse ele então que dentre os sábios dos tempos antigos surgiu uma preocupação: como iremos deixar a nossa cultura (a língua, hábitos e costumes, conhecimentos, ideias, meditações, etc) para as gerações vindouras? Para tal, foram feitas convenções (acordos) onde foram criados sistemas de sinais e regras gramaticais, estes sinais formam a escrita e através dela tornou-se possível ao homem expandir sua mensagem para muito além do tempo e do espaço de propagação da mesma, criando mensagens que se manteriam inalteradas por séculos e que poderiam ser proferidas a quilómetros de distância.

A partir daí, quando um homem quer ensinar qualquer coisa, ele escreve, quando que mandar alguma mensagem, ele escreve, quando quer exprimir suas emoções, ele escreve, quando quer ganhar muito dinheiro com best-sellers como a J. K. Rowling, ele escreve muito mais ainda. Fica assim bem clara a importância da escrita e é aí onde entra a leitura como forma de interpretar ou entender o significado do que está escrito, a leitura é a ferramenta que nós temos para desvendar e aprender tudo aquilo que foi escrito, é a porta que se abre para mergulharmos no maravilhoso mundo que se esconde por detrás da escrita. 

E como diz o nosso tema, quem não lê, não sabe nada, porque hoje em dia o mundo e tudo que se conhece foi traduzido em letras, e a única maneira de descobrir o mundo é lendo. Felizmente existem sociedades que já compreenderam esse facto, mas cá em Angola infelizmente as pessoas olham para capa de um livro e dizem “ler isso é perder tempo!” ou pior ainda, nem sequer olham para a capa de nenhum livro. Fiquei triste quando certo dia estava assistindo a televisão e passava uma entrevista sobre a importância da leitura e entrevistaram uma série de adolescentes e a todos perguntaram “que livros você já leu?” e a resposta repetia-se sempre “já li o de Matemática, o de Língua Portuguesa…”.

O problema está na falta de visão e interesse da parte dos encarregados de educação, eu costumo dizer que os pais de hoje em dia não educam, limitam-se a olhar para os filhos e a armar escândalos quando os mesmos cometem qualquer asneira, escândalos esses que não os ajudam em nada. Como consequência disso as crianças crescem com poucos hábitos saudáveis, como o de leitura por exemplo, gerando assim falhas graves no carácter dos indivíduos e pior ainda, tornando-os prisioneiros da ignorância.

O hábito da leitura trás consigo enormes benefícios para nós, faz-nos aprender cada vez mais, abre a nossa mente para o mundo que nos rodeia, dá-nos muito entretenimento, aumenta o nosso vocabulário enriquecendo a nossa capacidade de falar, transmitir ideias e expressar os nossos pensamentos e emoções, desenvolve nossa imaginação e criatividade, existem também livros de auto-ajuda que são aqueles que são escritos com o objectivo de nos auxiliar directamente a solucionar um determinado problema pessoal, enfim os livros fazem-nos mais inteligentes e tudo isso apenas por ficar alguns minutos por dia lendo.

Aproveito aqui dar o meu testemunho, eu sou cristão, por isso o maior presente que a leitura me ofereceu foi o de poder perceber a Palavra de Deus, isso mesmo, você sabia que é lendo e meditando que você conhece a Palavra de Deus? É o que eu faço, leio regularmente a Bíblia e vários outros livros relacionados a ela, livros que abordam, desenvolvem e explicam os mais variados temas bíblicos, ajudando-me assim no aumento conhecimento e sabedoria divina e por intermédio disso compreendo melhor quem eu sou e quem Deus é. Este foi o método que os escritores da Bíblia escolheram, Deus falou com eles e para transmitir as suas experiencias com Deus para todos nós, eles escreveram, por isso só nos resta ler para sabermos.

Para terminar gostaria de lembrar o que escrevi mais acima, o mundo foi traduzido em letras e só lendo o descobriremos, leia mais, revistas, jornais, romances, poesias, etc, pois ler exercita a nossa mente, tira-nos da ignorância ao entendimento por isso não deixe de ler, uma dica barata e fácil é ler livros electrónicos, podes procurar no Google o título que quiseres, fazer o download e já está! Cá vai outra dica, quando pensar em oferecer um presente para alguém, ofereça um livro estará assim a contribuir para a formação de um ser humano melhor. Bom, resumindo é isso, Boa Leitura!

Lá fora tem um mundo lindo

Que mundo lindo, resplandece lá fora
por isso, agora, sem mais demoras
fiz minhas malas e vou-me embora
para um mundo de paz, um mundo de luz
de felicidade, prazer e emoção

Pois eu cansei
cansei da escuridão
cansei dessa vida preta e branca
cansei de carregar o pesado fardo da depressão
cansei de ficar parado, puchei a alavanca

E parti...

Pois lá fora tem um mundo lindo...
lá fora tem um mundo lindo pra explorar

E para aqui eu não volto nunca mais

Pergunto a mim mesmo, porquê?
porquê ficar aqui?
porquê viver assim?
sem saber o que é sorrir
sem saber o que é amar e ser amado
sem conhecer esse mundo de dança
esse mundo de canto
esse mundo de encantos

Sem conhecer esse mundo lindo...
lindo pra explorar
pois lá fora tem um mundo lindo
lá fora tem um mundo lindo pra você explorar

Do que mais você espera?
venha comigo, vamos, depressa
porque a hora, é essa
chega de mau-humor
chega de mágoas, de ódio, dor e rancor
eu preciso de ar, eu preciso de cor
eu preciso de paz, de felicidade e de amor

Por isso eu digo, sai pra lá depressão!
sai pra lá escuridão, sai pra lá opressão!

A paritr de agora, eu quero amor, muito amor
eu quero voar, pairar...
enfim, quero sair, andar por aí...

Porque lá fora...
lá fora tem um mundo lindo, lindo pra explorar...

Mauro Yange

O fascínio da descoberta

“Mulheres da minha idade não têm nada para me ensinar, prefiro as mais velhas”, estas são palavras de um jovem amigo meu de 18 anos, é bem verdade que esse pensamento é partilhado por muitos jovens hoje em dia, principalmente pelas raparigas. Seria normal vermos pessoas da mesma faixa etária se relaccionando, entre colegas de escola por exemplo, mas isto está se tornando cada vez mais raro, não que eu seja contra relacionamentos entre pessoas de idades diferentes, o que me preocupa é o porquê desta preferência dos jovens de hoje. 

Vamos então analisar o porquê, a resposta mais encontrada é mais ou menos esta que citei no paragrafo acima “pessoas da minha idade não têm nada para me ensinar”, quase nunca a resposta é o amor, normalmente estes relacionamentos costumam ser "intereceiros". Sinceramente isto me entristece, pois para mim “há mais fascínio em descobrir do que em aprender” e um relacionamento amoroso não foge a regra. É útil lembrar que essas “lições” que se aprendem nestes relacionamentos muitas vezes são negativas e violentas, acabam por contaminar a nós, já que estamos alí para aprender, a partir daí o mundo para nós passa também a ser negativo e violento, pois foi isso que aprendemos.

Descobrir é achar, é aclarar, é explorar o desconhecido e siceramente não sei como alguém prefere "aprender" do que descobrir. Nunca niguém conseguirá parceber a alegria que envolveu a alma de Arquimedes quando descobriu uma nova fórmula para achar o volume e saiu do banho correndo nu pelas ruas gritando Eureka! Descobrir é hilariante. Ora vejamos mais um caso, Isaac Newton criou inúmeras teorias, fruto das várias descobertas por ele feitas, posso crêr que ele se encantou em cada descoberta, em cada coisa nova que descobria explorando o mundo e o que nele há, agora para nós, que somos obrigados a aprender suas teorias não é tão hilariante assim, para falar a verdade chega até a ser aborrecido por vezes.

Eu não trocaria um romance a moda antiga por nada, aquele leve toque de inocência, aquele bem querer pela pessoa amada, aquele sentimento puro que não nos deixa pensar em mais nada, não dispensaria um romance de descobertas, onde experimentamos novas emoções e conhecemos novos sentimentos, não só descobrimos a nós mesmos mas acima de tudo ao nosso par. Não compreendo esses namoros frios de hoje, onde o sim ou o não dependem do que o pretendente pode ou não oferecer, onde o alfa e o ômega se resume no sexo e fora dele não há mais conversa, não há mais entendimento, não há relacionamento algum. Por esses termos, não pode existir fidelidade, amizade, companherismo, enfim, não pode haver amor. Um relacionamento como esse é mesmo coisa para aprender, aprender a fingir, a mentir e a trair, já o amor, ai o amor! não é algo apenas para aprender, é para viver, para explorar, enfim, é algo para descobrir! 

Infelizmente esse belo sentimento, acessível a todos, é desconhecido por muitos ou pior ainda, é desvalorizado por muitos. Quantas vezes ouvimos alguém dizer “amor não enche barriga”, estas palavras limitam o amor, mas o amor não tem limites, o amor é Deus e enche muito mais que "barriga", enche o corpo, a alma e o espírito, nos faz pessoas melhores, faz-nos ver a vida de uma perspectiva muito mais “colorida”.

É importante frisar, que na descoberta também se aprende e tudo acontece de maneira clara, bonita e pacífica, sem ser preciso forçar nada e o mais importante: no tempo certo.


Para terminar, gostaria de deixar um conselho aos jovens, principalmente para aqueles que estão entrando para um relacionamento, pare, pense e pergunte a você mesmo “porquê?”, não entre numa relação apenas para não ficar sozinho, ou para passar o tempo, muito menos por interesse. Não invente, mas descubra o amor e acima de tudo sê feliz, pois nunca é tarde para ser feliz, para explorar e viver coisas novas, nunca é tarde para viver um grande amor. E lembre-se de que “há mais fascínio em descobrir do que aprender”.

Decidi ser feliz...

Hoje eu decidi
que nunca mais vou ficar
entre o sim e o não
entre o vai ou não vai
sempre com medo de errar

Pois agora estou farto
de levar esse fardo
vou viver minha vida
vou ouvir um bom semba
vou dançar a massemba
quero ouvir coisa nova
quem sabe até bossa-nova

Eu decidi que você
não vai ver mais meu choro
não vai ver mais meu pranto
só verás meu sorriso
só verás o meu canto

Me pergunto o que é que eu ganhei
enquanto chorei
enquanto me escondi
enquanto fugi
Fui cobarde, confesso
prisioneiro de mim mesmo
mas agora basta, pois estou de regresso
à vida, à fé, à esperança, ao amor...

E eu decidi que você
não vai ver mais meu choro
não vai ver mais meu pranto
só verás meu sorriso
só verás o meu canto

Meu canto de glória
de paz e de felicidade
pois eu decidi...
decidi ser feliz.

Mauro Yange

O meu "cantinho do autor" no Portal Literal

Potal Literal (logo)
O Portal Literal é um espaço aberto onde qualquer autor pode publicar seus escritos gratuitamente. Gosto muito deste portal por ser muito interactivo, ao publicar qualquer coisa passa logo por uma Fila de Edição e posteriormente noutra de Votação em destaque logo na home page. onde seu escrito recebe sempre várias críticas e sugestões. Eu tenho lá o meu cantinho, publico lá os meus escritos e por acaso estou gostando muito. Visite clicando aqui.

Eu...

Meu nome é Mauro Yange e sou angolano. Sempre gostei de contar estórias e como desde novo tive algum jeito para desenho, contava as minha em Banda Desenhada. Com o tempo fui despertando em mim o gosto pela leitura e me apaixonei pela escrita, percebi que escrevendo não encontro limites para a criatividade, posso criar o que bem entender, posso criar até um universo inteiro apenas com a caneta e papel. Hoje escrevo crónicas e alguns poemas, estou me preparando para num futuro próximo escrever romances.